Oceano


Pare um minuto da sua vida e ouça/leia com atenção essa perfeição composta por Djavan:

Assim
Que o dia amanheceu
Lá no mar alto da paixão,
Dava prá ver o tempo ruir
Cadê você?
Que solidão!
Esquecera de mim?

Enfim,
De tudo o que
Há na terra
Não há nada em lugar
Nenhum!
Que vá crescer
Sem você chegar
Longe de ti
Tudo parou
Ninguém sabe
O que eu sofri...

Amar é um deserto
E seus temores
Vida que vai na sela
Dessas dores
Não sabe voltar
Me dá teu calor...

Vem me fazer feliz
Porque eu te amo
Você deságua em mim
E eu oceano
E esqueço que amar
É quase uma dor...

Só sei viver
Se for por você!

Ouça aqui

Entre a dor e o nada, o que você escolhe?



De que adianta amar, tentar, entregar-se, dar o melhor de si, se depois vier a dor da separação, do abandono e da ingratidão?


Então você prefere a segurança fria das relações rasas? Então você prefere a vida sem intensidade, os passos sem a busca, os dias sem um desejo de amor? Você prefere o nada, simplesmente para não doer?

Que a dor seja horrível, mas pelo amor de Deus, que me venha a dor impagável do aprendizado que é viver.


Que me venha a dor inevitável à qual as tentativas nos remetem. Que me venha logo, sempre e intensa, a dor do amor...

Prefiro o escuro da noite a nunca ter me extasiado com o brilho da lua...

Prefiro o frio da chuva a nunca ter sentido o cheiro da terra molhada...


Prefiro a tristeza da partida a nunca ter me esparramado num abraço...


Prefiro o amargo sabor do não a nunca ter tido coragem de sair da dúvida...

Prefiro o eco ensurdecedor da saudade a nunca ter provado o impacto de um beijo forte e apaixonado...Daqueles que recolocam todos os nossos hormônios no lugar!


Prefiro a angústia do erro a nunca ter arriscado...

Prefiro a decepção da ingratidão a nunca ter aberto o meu coração...

Prefiro o medo de não ter meu amor correspondido a nunca ter amado ensandecidamente...


Enfim, prefiro a dor, mil vezes a dor, do que o nada...


Não há de fato, algo mais terrível e verdadeiramente doloroso do que a negação de todas as possibilidades que antecedem o nada.


E já que a dor é o preço que se paga pela chance espetacular de existir, desejo que você ouse, que você pare de se defender o tempo todo e ame!

Dê o seu melhor, faça tudo o que estiver ao seu alcance, e quando achar que não dá mais, que não pode mais, respire fundo e comece tudo outra vez... Porque você poder desistir de um caminho que não seja bom, mas nunca de caminhar...

Pode desistir de uma maneira equivocada de agir, mas nunca de ser você mesmo...


Pode desistir de um jeito falido de se relacionar, mas nunca de abrir seu coração...

Portanto que venha o silêncio visceral que deixa cicatrizes em meu peito depois das desilusões e dos desencontros...

Mas que eu nunca deixe de acreditar que daqui a pouco, depois de refeita e ainda mais predisposta a acertar, vou viver de novo, vou doer de novo e, sobretudo, vou amar mais uma vez...


E não somente uma pessoa, mas tudo o que for digno de ser amado!
[Rosana Braga]
Reflita sobre o que você acabou de ler...